Uma mera estudante...

Ser estudante nos Estados Unidos não é fácil.
Esta semana eu ouvi a minha professora de inglês, aquela mesma que pediu os nossos nomes americanos, dizendo que é para esquecermos namorados e namoradas até o dia 27 de junho (quando acaba o trimestre e entramos nas férias de verão) se quisermos passar na matéria dela. Olhei bem no fundo dos olhos dela e tive que sentar em cima das minhas mãos pra não levantá-la e perguntar pra ela o que deveria dizer para o meu marido quando chegasse em casa. Segurei a tentação e fui embora pra casa indignada.
Mas tudo não passa de indignação, afinal, se eu quiser passar não somente na matéria dela mas em todas as outras, terei que me dedicar e é o que tenho feito.
As vezes dá um certo pânico quando eu olho o meu caléndario da semana e um monte de coisa pra ler, estudar, escrever pra entregar, mas eu respiro fundo e tento manter a calma. Quando menos esperar junho chega e me livro desta vida por 3 meses!
A única coisa que salva a minha sanidade mental  neste trimestre é a aula de astronomia, que eu amooooo de paixão. Ainda mais porque a nossa "sala de aula" é o planetário da faculdade, então podemos ver e até mesmo viajar no espaço. Saio de todas as aulas maravilhada, é algo realmente incrível e fascinante.
Mas é frustrante. Às vezes muito frustrante, mas não me interprete mal, é uma experiência maravilhosa e agradeço a Deus por esta oportunidade. Afinal, eu precisava tirar poeira do meu cérebro que estava sem uso por algum tempo e estou reciclando o meu conhecimento na área de tecnologia, o que irá me render bons frutos no futuro.
O segredo é ter muita paciência, consigo mesma e com as coisas que às vezes acabo deixando meio de lado, como a diversão, assistir filmes, ler livros que gosto, passar tempo interagindo com amigos pela internet. Mas é só uma fase e 27 de junho está bem ali ó.
Se eu der uma sumida, já sabem, não é falta de interesse não.
Beijos e até mais!


Pare. Respire. Observe as maravilhas ao seu redor.

Fonte: Arquivo pessoal

Há bençãos e maravilhas por todos os lugares.
No sorriso de uma criança
No bom dia do nosso amado cônjuge.
Nas flores desabrochando no início da primavera.
Num email inesperado, com ótimas notícias
Um cartão postal do seu sobrinho que está aprendendo a escrever.
O pôr-do-Sol, o Mar, o lindo céu azul.
A sua saúde.
Palavras de conforto, de incentivo.
Uma fruta saborosa.
Pare. Respire. Observe as maravilhas ao seu redor.
Não deixe os problemas te cegar,
A pressa, os compromissos as contas a pagar sugar suas energias.
Olhe ao seu redor e reconheça estas maravilhas.
E não surpreenda-se se a alegria, a paz encher o seu coração.
E  você descobrir que a felicidade, que parecia estar perdida,
Agora é a sua melhor companhia.


Qual é o seu nome americano?

Na região onde moro há uma comunidade muito grande de asiáticos. Coreanos, vietnamise, chinês, japonês e portanto na faculdade onde estudo poderia dizer que mais ou menos 75% dos alunos é de origem asiática.
Todo mundo sabe (e se você não sabe, vai ficar sabendo agora) que não é fácil pronunciar alguns nomes e quando eles se parecem um com o outro então? Os professores sempre ao começar a fazer a chamada já avisam que se o nome for pronunciado errado, para a pessoa não se ofender e corrigí-lo. Até aí tudo bem. Algumas pessoas preferem ser chamadas pelo "American name", ou seja, eles traduzem ou adotam um nome como Sebastian, Joann, Aodrey. Algumas pessoas, como uma ex colega chamava-se River. Até aí tudo bem, é uma escolha da pessoa que deve ser respeitada já neste país as pessoas até  recebem carta do banco ou até mesmo tem o apelido adotado em documentos  ao invés do nome (eu já vi um conhecido que tinha na driver's license NED ao invés do nome dele).
No primeiro dia de aula a professora começa a fazer chamada e eu já sabia o que me esperava...
"Elena". Levantei a mão e disse que não era Elena e sim Eliana. A professora pergunta de novo como se pronuncia, eu repeti Eliana. Sério, pode parecer a coisa mais idiota do mundo, mas não aceito que me chamem de Elaine (Ileeeine) ou Elena (Eliina). Sei que ninguém vai pronunciar o meu nome do jeito que nós brasileiros fazemos, mas trocar de nome jamé.
A professora me olha com a cara torta e continua a chamada. A cada colega asiático ela pergunta "Do you have an American name?" o que alguns dizem rapidamente e outros dizem apenas que não. Aí um que chamava-se Lagnegyte (impossível de pronunciar, ela teve que soletrar) ela perguntou se ele tinha um "American name" e ele disse que não ela falou "Vou chamar você de L".
Péraaaaaaaaiiii, mermão!
Como assim a professora simplesmente decidiu que o nome da pessoa é difícil de pronunciar e vai colocar um apelido nele pra fazer a vida dela mais fácil???
Ao terminar a chamada ela continuou com a aula e aí quando achei que seríamos dispensados, ela veio com um sermão enorme sobre "American name".
Ela falou que como estamos morando na América devemos fazer de tudo para facilitar a nossa vida e também a vida dos outros, que ninguém gosta de ter o nome trocado ou pronunciado de forma errada, então seria uma ótima idéia que as pessoas com "nomes complicados" adotar um nome americano. Ela explicou que isto não vai mudar quem nós somos e a nossa cultura, só vai fazer a nossa vida mais fácil.
Sinceramente, eu fiquei extremamente ofendida com o que a professora falou. Pode parecer exagero gente, mas desde quando você tem que mudar o seu nome para fazer a vida dos outros fácil? Sei que ela só estava querendo ajudar, mas achei extremamente de mau gosto colocar apelido nas pessoas pra fazer a vida dela mais fácil.
Foi a primeira vez que encontrei uma professora assim, que por sinal, é peruana e fala espanhol. Todos os professores que encontrei até agora respeitam os alunos e aqueles que não tem um "nome americano", eles chamam pelo nome mesmo.
Engraçado que na próxima aula que fui o professor com o sotaque mais texano do mundo chamou o meu nome e falou bonitinho!! O único trabalho que ele teve foi ler o que estava no papel, gente! E pra minha surpresa ele pronunciou todos os nomes asiático bonitinhos e aqueles que ele tinha dificuldade, soletrou.
Agora gente, me dá uma opinião por favor, pra eu não achar que estou ficando louca... será que eu estou exagerando com esta questão de nome? Até que ponto precisamos nos "Americanizar" pra fazer a nossa vida e a vida dos outros mais fácil?

PS: As aulas já começaram num ritmo maluco, mas eu prometo que escrevo sobre as férias assim que possível!

Back to California

Ainda acho maravilhosa e engraçada a sensação ao ouvir "Welcome to San Francisco" quando o avião aterrissa em San Francisco, porque o coração fica em paz pois estou em casa.
Califórnia pra mim é sinônimo de rotina, trabalho, estudo, não férias. Ah quem me dera viver constantemente em férias neste lugar... mas os finais de semana estão aqui para isto, não?
Tive uma semana de descanso merecido, e acho que estou pronta para o próximo trimestre de aulas e aí serão 3 maravilhosos e agitados meses de férias de verão.
Graças a Deus e a dedicação aos estudos, fui bem em todas as provas e estou esperando apenas a nota de uma matéria sair.
Obrigada a todas que passaram por aqui e desejaram boas férias e boa Páscoa, prometo que assim que meus sogros voltarem pra casa eu conto como foi a minha aventura no Arizona.