Encontros e despedidas...

Hoje pensei em tantas pessoas que encontrei durante a minha vida. Pessoas tão queridas, outras nem tanto. Mas foi com um pesar muito grande que me recordei de pessoas que gostaria que ainda fizessem parte do meu círculo de amigos próximos,mas que por mil motivos tornaram-se apenas recordações ou um rosto numa fotografia.
Deu saudade e não vou mentir, um pouco de tristeza também. E automaticamente uma trilha sonora veio à mente. A trilha sonora de todos nós, mas que se encaixa tão perfeitamente na minha vida neste exato momento.

Tudo junto e misturado...

Estou aqui há meia hora tentando decidir o que escrever. Idéias não faltam, mas sabe quando está tudo junto e misturado na sua cabeça? Pois bem, a minha está assim. Então vamos por partes...

Esta semana foi o famoso Fleet Week aqui em San Francisco e apesar de ter feito mil planos, decidimos ficar em casa arrumando papelada, fazendo lição de casa e apenas relaxando. Tivemos a oportunidade de ir em um restaurante mexicano que nunca tinha ido antes e adorei a comida, o arroz com feijão lembrou muito a comida brasileira, estava uma delícia. Hoje fomos passear num parque a beira da baía, apesar de estar totalmente despreparada (com o sapato errado, com bolsa pesada e sem óculos escuros) foi uma delícia. Adoro estes pequenos momentos em que posso caminhar de mãos dadas com o meu marido e esqueço do resto do mundo.

Esta semana começa a terceira semana de volta às aulas. Pela primeira vez em 4 trimestres que estou normal. Não estou estressada com os trabalhos, provas, aulas, colegas, professores. Organizo-me cada dia para fazer lições de casa, estudo, dou o meu melhor mas jamais deixo de passar um tempo com o meu marido, batendo papo com um amigo pelo telefone ou através de chat, e principalmente cuidar da minha saúde, porque estas coisas tem prioridade número 1 na minha vida.

E por falar em aulas, este trimestre estou tendo aula de "Gerenciamento de Stress". É isto mesmo que você leu. Faz parte das matérias de conhecimentos gerais e acho que chegou em boa hora. Tive apenas algumas aulas, mas o que eu já li e pesquisei sobre o assunto dá até medo. Medo porque estamos detonando a nossa saúde com stress muitas vezes desnecessários. E eu descobri que fico extremamente estressada no trânsito e tenho tentado controlar isto. Combater stress não é bicho de sete cabeças, na verdade é algo bem simples mas como é simples a  gente acredita que não deve funcionar, mas funciona. Tenho colocado em prática e tem funcionado.

Aliás, tenho tentado mudar a minha visão sobre a vida, sobre mim mesma. Viver de forma mais contente, mais otimista. E sabe o que eu descobri? Parece que pessoas otimistas irritam os demais. Porque não é normal você dizer que está se sentindo bem, mesmo que esteja com uma pilha  de problemas. Porque parece que as pessoas, até aquelas que se intitulam "amigos" parece que ficam esperando você chegar com uma lista de reclamações e insatisfações. Acho que é uma questão de empatia sabe. Uma destas "amigas" achou que eu estava com raiva dela só porque eu parei de conversar com ela todo dia assuntos fúteis, depressivos, parei de reclamar e principalmente de escutar as fofocas dela. A gente aprende a lidar com isto e se eu ficar com menos "amigos" por causa desta minha atitude de vida, só mostra que eu estava enganada em chamá-los amigos.

Mesma coisa quando você diz que está fazendo reeducação alimentar e se exercitando para emagrecer e ter uma vida mais saudável. Lógico que eu quero emagrecer, mas quero acima de tudo saúde. Aí o povo diz que você está bitolando demais com o assunto, que comer um docinho aqui e ali não faz mal e que amanhã você volta para a dieta. Dá medo. Então eu to dando o meu melhor para ser melhor e recebo o apoio de quem me ama de verdade. Lição nova aprendida: nem tudo que fazemos ou sentimos devemos sair contando por aí...

Estava lendo esta semana no site do uol (porque sim, eu moro nos EUA mas leio as notícias do Brasil todos os dias e sou às vezes melhor informada do que as pessoas que moram no Brasil...) de que haveria uma reunião entre diplomatas brasileiros e americanos para discutir questões diplomáticas (dãã) e um dos assuntos em pauta é a eliminação do visto de turista para ambos. Não acredito que isto vá acontecer, por mil e uma razões. ESte assunto só está sendo discutido porque os americanos querem ir para a Copa e as Olimpíadas no Brasil e não querem passar pela burocracia e gasto com vistos (como nós temos que fazer). Já vi entrevista de americanos para obtenção de visto no Consulado de San Francisco e tive vontade de dar risada. É praticamente um bate-papo camarada de 2 minutos e o visto sempre é concedido. E quem já passou pelo consulado dos EUA no Brasil sabe o terror que é aquele lugar (o de São Paulo seria cenário digno de filme de terror) e Deus me abençoe pra que que jamais precise colocar meus pés naquele lugar. Não acredito que aconteça nada em relação a isto, mas vamos ver. Os EUA parece que virou o novo Paraguai. Só fico curiosa pra saber onde o povo acha tanto dinheiro para gastar aqui, já que vivem reclamando no Brasil que a coisa tá preta. Vai entender...

Outra coisa engraçada que presenciei esta semana foi um casal de namorados brasileiros chegaram aqui na área e me encontraram através de um site de encontros, o meetup. Eu como boa menina, respondi o email enviado pela brasileira e logo de cara ela me pede pra adicionar no facebook. Sorry. E aí papo vai papo vem e ela veio com o velho "American Dream" de que em poucos meses em que estará aqui com o visto de turista, ela vai encontrar um trabalho que irá trocar o visto dela para visto de trabalho. Gente, será que o povo não assiste ou procura se informar sobre a economia americana antes de vir pra cá? Claro que há possibilidades disto acontecer e foi o que disse pra ela, mas a não ser que ela tenha uma habilidade excepcional para ser empregada na frente dos milhares de desempregados que possuem residência ou são americanos. E aí a pessoa quer que você pegue na mãozinha dela e mostre todos os truques, caminhos, dê dicas, conselhos, etc. Eu sou da opinião que se você não consegue ser auto-sustentável e procurar por si informações que lhe interessa, talvez você não seja a pessoa indicada para tentar morar em um outro país, porque aqui muitas vezes você contará apenas com Deus e a sua boa vontade para resolver as coisas.

Quando eu tiver mais tempo e as idéias da cabeça se organizarem melhor, volto para contar a minha experiência como aula universitária aqui nos EUA.

Boa semana para todas!