Onde fica o paraíso?

Quando penso em paraíso, um lugar vem a mente: Hawaii. O lugar é lindo, o clima é ótimo e o lugar inteiro tem uma "vibe" muito diferente de qualquer outro lugar que já estive. As pessoas são amigáveis, tranquilas, ninguém tem pressa, stress, até mesmo os turistas parecem ser mais amáveis uns com os outros. E sempre brinco com o meu marido de que se as coisas não derem certo pra gente aqui, vamos vender a nossa casa e vender água de coco por lá. Vida perfeita... mas será que morar lá é realmente esta maravilha????
Numa  estadia anterior, tive a oportunidade de conversar com uma jovem que trabalhava numa loja de café e tinha no pulso a tatuagem das ilhas que compõe o Hawaii. Ela disse que apesar de gostar muito daquele lugar, não via a hora de ter condições de sumir de lá, porque a vida era muito tediosa e ela tinha muitas ambições na vida, que jamais se concretizariam se ela continuasse  por lá. Confesso que esta não era a resposta que estava esperando de alguém que morasse naquele paraíso. Desde então fiquei intrigada e curiosa para saber de outras pessoas o que elas pensavam da ilha e de suas vidas. Tive a oportunidade de conversar com outras pessoas na última viagem por lá e achei muito interessante as diferentes perspectivas do Hawaii e de suas vidas.

A vendedora
Entrei numa loja para ver umas camisetas e puxei papo com a vendedora que aparentemente parecia entediada com a falta de movimento da mesma. Perguntei a ela se ela gostava de morar na ilha e ela falou que Big Island era um lugar muito melhor para se viver e mais tranquilo para criar filhos. Ela morou um tempo em Oahu, na capital Honolulu e ela disse que o trânsito de lá a deixava maluca. E falando sobre trânsito rimos e falamos sobre o trânsito de Los Angeles e ela comentou que foi visitar uma prima que morava lá e não conseguia entender como alguém que nasceu e cresceu na ilha conseguia viver naquela caótica cidade. A prima respondeu que tudo era questão de acostumar (e não é verdade para tudo na vida?). Ela disse que fica feliz em ficar lá 2 semanas e retornar para a tranquilidade da Big Island. Ela parecia que estava bem feliz, e entendo que a sua maior preocupação era a qualidade de vida, acima de tudo.

O sonhador
Um outro vendedor de loja, mas bem jovem disse que nunca tinha ido à Mainland (Estados Unidos continental), apenas viajado entre algumas das ilhas e ele falou que não tinha pressa nenhuma de fazê-lo porque era jovem e teria muito tempo pela frente. Agora ele estava oferecendo o que a vida tinha de bom e um dia ele sonhava em estudar sobre civilizações antigas e mitologia grega a coisa que ele me disse ser fascinado. Mas não tinha pressa para que isto acontecesse. Ele falou com uma leveza e um brilho no olhar tão grande sobre seus planos que me deixou encantada!

O aposentado
Ele nasceu e cresceu na ilha do Hawaii e mudou-se para New York City quando casou-se por volta dos 20 anos de idade. Ele gosta muito da beleza da ilha, mas disse que para "fazer dinheiro" ali só se plantasse e vendesse maconha e por isto ele foi embora sem olhar para trás. New York é onde as coisas acontecem e onde ele pôde trabalhar e ganhar bastante dinheiro e agora, quando ele é aposentado pode desfrutar de 1 mÊs de férias naquele lugar maravilhoso e quando começa a se sentir entediado, volta para o buzz de New York. Perguntei se ele tinha vontade de voltar a morar lá e ele disse não, de jeito nenhum, ali é só lugar para férias mesmo.

Fiquei um tempão pensando nestas pessoas e na maneira como elas estão conduzindo a vida delas. Quantas vezes eu já me peguei como eles: grata pelo o que tenho, sonhando com o futuro e deixando para fazer algo prazeroso depois... e todos estes estilos de vida são bons, não há nada de errado com eles, mas cada um tem os seus riscos também e vale a cada um avaliar que tipo de vida quer levar...
Sinceramente eu tenho medo da filosofia : vou economizar ao máximo agora para aproveitar a vida depois, porque quando estamos mais velhos geralmente começam a surgir os problemas de saúde e também quem é que tem a garantia de que eu vou ficar velhinha para desfrutar da vida?? Acho que temos que ter um equilíbrio entre a prudencia para prover para o amanhã e aproveitar o momento, o hoje porque esta é a única certeza de que temos. E nenhum lugar do mundo é o paraíso se você não o enxergar como tal.A diferença está sempre na nossa atitude em como encaramos os desafios, a vida, nossas limitações e as nossas conquistas também.

2 semanas depois...

Nem dá para acreditar que 2 semanas se passaram desde que comecei a trabalhar. A primeira semana foi complicada, porque tive treinamento que foi super cansativo e o tempo inteiro fica aquele medinho se realmente está fazendo a coisa certa. A avaliação chegou e disse que estou indo bem e pra continuar neste ritmo. O problema é que como trabalho o dia inteiro em frente ao computador, quando termino o trabalho desligo e não quero ficar mais em frente de nenhuma tela, seja computador, televisão ou celuluar... o que é bom porque vai me empurrando para fazer outras atividades que gosto muito como ler e ir caminhar com o meu marido.
E depois destas duas semanas de trabalho, eu comecei a pensar na minha vida profissional e milhões de perguntas começaram a rodear a minha cabeça e eu fiquei em dúvida se estou tomando o caminho certo ou não. O problema é que estou bem feliz e tranquila com esta vida "alternativa", ou seja, que não é comum para a maioria das pessoas que me conhecem e eu sinto uma pressão (não sei se é verdadeira ou coisa da minha cabeça) de que eu deveria estar trabalhando em tempo integral, fora de casa, numa empresa grande e ganhando salário de gente grande. E aí eu penso se estou me contentando com pouco ou se isto é bom pra mim e pronto.
Outra dúvida que tem martelado muito a minha cabeça é sobre a minha gradução que está pela metade... eu me recusei a continuar estudando se eu tivesse que pagar como não-residente já que é 10x mais caro do que um residente paga. Mas aí penso se vale a pena pegar um diploma de "tecnóloga" quando já tenho bacharelado, ou se vou procurar um mestrado ou curso de especialização. Tudo tem os prós e também os contras, o problema é que talvez esteja tentando prever o que será melhor e mais útil no futuro, mas não consigo decidir o que fazer.
De qualquer forma, hoje o marido comprou um bilhete da loteria e quem sabe, eu não preciso pensar em mais nada, só no que fazer com alguns milhões na minha conta bancária :-)

Novidades quentinhas do forno :-)

Hoje acordei com uma vontade inexplicável de escrever. De conversar. Acho que é aquela vontade de louca de gritar de felicidade, porque coisas boas estão acontecendo nas bandas de cá.
Ontem recebi confirmação de um emprego. Na verdade o processo já está acontecendo há algum tempo, acho que tinha enviado o meu currículo em junho para esta vaga e só agora que vou começar a trabalhar. Depois do envio do currículo, foi preenchimento de papelada, verificação se eu tenho condições legais de trabalhar no país e claro, a checagem de referências de empregos anteriores. Muita burocracia e espera, mas finalmente terminou, ou será apenas começou?
Bom, o trabalho é part-time e pra trabalhar em casa, mas quer saber? Nesta exata fase da minha vida era exatamente o que estava precisando. Acredito que é apenas uma janelinha aberta para a entrada no mercado de trabalho. Segunda-feira começo o treinamento e o trabalho, depois conto mais detalhes.
Outra notícia ótima é que a minha mãe irá passar uma temporada aqui comigo. Ela estava merecendo férias e também estava me sentindo em dívida com ela, já que da outra vez que ela estava aqui estava preparando as coisas para o casamento, trabalho e estudando e ainda de quebra quase morri com uma dor de dente. Fiquei achando que ela ficou meio de lado, mas agora terei tempo de dar atenção total pra ela! :-).
O meu coração está imensamente grato com estas bençãos, e no meu coração a certeza e esperança de que aquela nuvem negra que estava cercando a minha cabeça foi finalmente embora. Ufa. Obrigada meu querido Deus!