Como trazer a mãe pros States e não enlouquecer (pelo menos tentar não enlouquecer)

Depois que escrevi o post sobre a visita da minha mãe, algumas pessoas me perguntaram se haviam dicas para quem está trazendo os pais que não falam inglês para visitar.
Esta foi a segunda vez que a minha mãe veio, mas na primeira vez fiz tudo exatamente igual (com a exceção de que eu mandei um telefone pré-pago baratinho via correio pra ela) e ela se sentiu segura para viajar.
As dicas que a minha mãe disse que ajudaram muito foram:
  1. Expliquei 200 milhões de vezes pra ela o que iria acontecer entre o momento de check-in no Brasil, até nos encontrarmos. Na verdade eu escrevi um papel como se fosse um manualzinho de instruções passo a passo o que iria acontecer, passando pela segurança, avião, passar pela imigração, pegar as malas, passar pela alfândega, despachar as malas novamente (ela iria fazer conexão). Entreguei o papel um mês antes da viagem e pedi para que ela lesse e ela foi tirando as dúvidas que tinha, e eu fui explicando melhor o que ia acontecer. Não elaborei muito com os procedimentos senão fica muito confuso (ela nunca tinha nem entrado em um avião).
  2. Criei um vocabulário do aeroporto com as palavras e expressões que ela iria precisar. Ela não fala inglês, mas das duas uma: ou ela apontaria a palavra pra alguém que a ajudaria ou ela ia lendo as palavras nas placas e ia se direcionando. Pra vocês terem uma idéia de como funcionou ela até hoje sabe que baggage claim é onde pega as malas e pra sair do aeroporto ela tinha que seguir aquela plaquinha. Ela não aprendeu inglês, mas ela conseguiu ler e  navegar com tranquilidade. No caso dela, como é diabética, escrevi algumas frases importantes pra ela como pedir água para tomar remédio, perguntar se as coisas eram diet, etc.
  3. Peguei os formulários da alfândega na internet e preenchi um modelinho pra ela. Graças a Deus agora não precisa preencher o I-94, então uma coisa a menos pra se preocupar. Ela já tinha os dados então foi só copiar no verdadeiro o que já tinha escrito :-)
  4. A famosa cartinha para a imigração com os meus dados, o tempo de estadia dela grampeado com o itinerário e dizendo que ela não falava inglês. Na primeira vez que ela passou pela imigração o oficial falou em espanhol, na segunda ele chamou uma intérprete que trabalhava no aeroporto e conversou em português com ela.
  5. Peça assistência com a companhia aérea. Na primeira vez estava tão apavorada com a idéia da minha mãe se perder que liguei para a companhia explicando que ela não falava inglês e que iria precisar de assistencia. Tinha uma pessoa esperando ela com cadeira de rodas (expliquei pra ela que isto iria acontecer pra ela não se apavorar!) e ela só precisou sentar e ser levada para o portão de embarque. Na segunda vez ela até dispensou a cadeira, mas se a pessoas é idosa, tem algum problema de saúde é uma boa idéia, além do mais terá prioridade para embarcar e também terá alguém para auxiliar com malas.
  6. Lembre do peso das malas e diga para trazer apenas o essencial. Aqui pode-se comprar ou usar o shampoo, condicionador, creme da casa então falei pra ela não trazer estas coisas.  A mala chegou vazia e como sempre, foi uma novela para fechá-la!
  7. Se a pessoa toma remédios diga para trazer a receita médica só por precaução. A minha mãe trouxe remédios para a estadia inteira dela, mas caso precisasse ou acontecesse algo, tínhamos as receitas dela aqui.
  8. Confie em Deus. É sério... eu morri de preocupação com a minha mãe, mas Deus é tão bom que sempre envia anjos para ajudar e foi o que aconteceu nas duas viagens dela. Sempre tem uma pessoa de bom coração que ajuda os inexperientes com viagem. :-) 
Acho que estes foram as coisas principais... tá certo que eu na minha loucura imprimi mapa do aeroporto e fui desenhando setinhas onde ela iria com números de identificação (imigração, baggage claim, escada, etc, etc) mas isto é loucura minha. Acho que o mais importante é passar segurança para eles de que não é um bicho de sete cabeças e que dá para se virar mesmo não falando o idioma. 
A todos que irão receber estas queridas visitas, aproveitem muito! O tempo passa tão rápido, a minha mãe retornou ao Brasil no começo da semana e já estou morrendo de saudades :-).
 E quem quiser os modelinhos da minha explicação e do vocabulário só pedir que envio por email, o meu endereço está no meu perfil :-)

"Se você não se cuida, você não se ama."

Este sábado fui à cabeleleira. E como sempre, ela joga a conversa de que eu precisava pintar o cabelo para esconder os fios brancos, porque afinal, mulher tem que se amar e se cuidar.
Vou levar em consideração que ouvi a frase de uma pessoa que ganha vida fazendo transformação na cabeleira dos outros, mas olha, eu fico meio brava quando alguém vem com este papo que se você não se cuida, você não se ama. Quer dizer que pelo simples fato de que eu assumo os meus cabelos brancos eu não me amo? Ou porque eu continuo contra a moda do alisamento/relaxamento e afins e assumo com orgulho os meus cachos naturais e nem sempre tenho tempo de fazer e pintar as unhas eu não me amo?
Não ando por aí maltrapilha e descabela, que fique bem claro, e admiro bastante as pessoas que fazem a maior produção de visual e se arrumam super bem, mas só porque eu não tenho o visual da Kim Kardashian e o cabelo daquela atriz que está fazendo sucesso na Globo, não venha me dizer que eu não me cuide e não me ame.
Cada um tem a rotina de beleza que gosta e pode e acho que ninguém tem o direito de julgar a outra pelo excesso ou falta de "cuidados consigo mesma". Percebo que aqui nos EUA as mulheres tem quase que uma obsessão com aparência, meninas bem novas já vão para a escola com maquiagem super pesadas e a mulherada tem pavor de um acontecimento natural que irá atingir todos os mortais: envelhecimento.
Mas por favor, não pensem que eu seja contra estas coisas de mulher, não sou! Gosto de ver sites de maquiagem, cabelo e até ver algumas dicas de moda e beleza, mas sinto que tem algumas coisas que simplesmente não são pra mim. Talvez seja porque nunca tenha tentado de verdade ser "mais feminina", pela preguiça ou sei lá, é uma coisa que não me atrai e talvez um dia mude, mas estou contente do jeito que sou, pelo menos a maior parte do tempo.
Acredito que sim, se você se ama você vai cuidar melhor de você mesma, mas isto não significa apenas da sua aparência. Se cuidar significa afastar coisas que faça mal ao seu corpo, a sua mente e ao seu espírito, isto inclui pessoas que não te fazem bem, fofoca, mentiras, vícios, etc, etc, etc. E é este tipo de cuidado que mais tenho buscado pra mim. Quem sabe quando a reforma interna terminar a de fora também não recebe uma transformação? Mas dos cachos, eu não me desfaço de jeito nenhum!