Meu gato que não é meu

Sou o que eles chama aqui de "dog person". Eu AMOOO cachorros, desde que eu me entendo por gente meus pais tiveram cachorros em casa. Tínhamos 4 cadelas que não eram castradas, então já viu... vira e mexe aparecia uma barriguda e era a maior festa quando os filhotes nasciam e até a gente distribuir, era aquela festa de filhote + criança que a minha mãe tanto odiava - bagunça e trabalho em dobro hehehe. Lembro que era a maior choradeira quando alguém iria buscar os filhotinhos, lembro do nome de todos os cachorros que tivemos e quando vou na casa da minha mãe tenho o maior xodó pelos cachorros dela.
Por ser rodeada de cachorros, nunca fui chegada em gatos. Não tenho nada contra eles, mas sou uma pessoa carente e não iria conseguir ter um animal de estimação que não dá a mínima pra mim e só me usa para ganhar comida e um lugar pra viver.
Tenho uma amiga que tem os gatos mais fofos do planeta e a gente se deu muito bem, porque eles parecem mais cachorros do que gatos, no comportamento claro, já que eles ficam em busca de atenção e carinho o tempo inteiro. A minha amiga me ensinou muitas coisas sobre comportamento de gatos, o que está me ajudando e muito agora...
Veja bem, eu tenho um gato, mas o gato não é meu...
Em mais ou menos abril deste ano percebemos que tinha um gato preto pequeno no meu quintal. Nós já tinhamos nos acostumados com um gato cinza sem rabo que anda pela vizinhança, bem mal encarado. Mas nunca tínhamos visto este gato preto antes e achamos estranho...
Um belo dia fui caminhar pela manhã e vi vários cartazes de animal perdido e eu sempre leio porque sei a dor que é perder um bichinho de estimação. Não é que alguém estava procurando um gatinho preto?
Anotei o telefone e liguei mais tarde pra pessoa, dizendo que tinha um gatinho que combinava com a descrição no quintal da minha casa. O cara disse que depois iria buscar pela região - detalhe, ele disse que mora num complexo de apartamento que fica literalmente 1 quadra da minha casa. Ok.
O gato aparecia sempre de manhã, eu liguei pro cara 2 vezes pra ele fazer um flagrante e nada dele aparecer. Até que um sábado o meu marido tirou uma foto com o celuluar do gato, mandou pro cara e ele confirmou que era realmente o gatinho dele e que dali a dois dias ele iria dar uma olhada na região pra ver se encontrava.
Olha, eu fiquei bem brava porque quem é que coloca um cartaz pedindo pra achar um bichinho e quando você manda informações de onde o gato está a pessoa não vai procurar? Ele oferecia 50 dólares de recompensa e sinceramente eu não queria o dinheiro, só que ele pegasse o bichinho e levasse pra casa.
Pois bem, ele nunca apareceu e eu morrendo de dó comecei a jogar pão de forma pro gatinho comer. A princípio estava bem arisco, mas acho que estava com tanta fome que começou a esperar perto da porta por alguma comida.
Foi então que contra a vontade do meu marido - que é super alérgico a gatos - eu fui até uma pet shop e comprei um pouco de ração e um potinho de comida e comecei a alimentar o gatinho...
Desde então vem todos os dias de manhã e de noite pra comer, mas não se aproxima de nós de jeito nenhum. Por mais que não corra mais de medo, só vai comer a comida depois que fechamos a porta da cozinha.
A verdade é que eu pensei em ligar para alguma associação pra vir buscar, mas sei que tem algumas que acabam sacrificando e eu decidi continuar alimentando o bichinho. Só que agora está começando a ficar muito frio à noite e eu estou preocupada com o gatinho novamente. Já fiz uma caminha, mas se recusa a entrar. O meu marido disse pra eu não me preocupar, mas fico morrendo de dó.
De vez em quando sai briga com o gatinho mal encarado, já que os dois querem marcar território, mas a gente torce pelo gatinho, que na verdade é uma gata e se chama Jelly (gelatina) mas a gente acostumou de chamar de Gatinho.
O meu marido também acabou se rendendo e sempre dá comida e fica conversando com o Gatinho, mesmo que ela não dê bola pra gente e só quer saber da comida.
Nem se a gente quisesse poderíamos colocar pra dentro de casa porque não sabemos se carrega alguma doença, pulga e eu com problema no sistema imunológico não sou aconselhada a ficar muito próxima de gatos.
Dá dó. Mas por enquanto vou fazendo a minha parte. De fome eu sei que ela não morre.
Gatinho esperando pelo café da manhã

4 comments:

  1. Oi Eliana! Eu também não sou a maior fã de gatos e prefiro cachorros. Mesmo tendo convivido um ano com eles quando fui au pair (os hosts não tinham pets no início, daí vim passar férias no Brasil e na volta tinha 2 gatinhos sapecas dentro da casa. Eles podiam entrar em todo lugar, menos no meu quarto porque eu não deixava hahaha), definitivamente não sou uma pessoa gateira. Tenho uma amiga que é muito gateira, então alguns de meus conceitos acabaram mudando, mas só até aí e pronto.
    Já fiquei com raiva do cara. Minha teoria: a gatinha era de outro alguém da casa, mãe, esposa, filho, etc mas ele não gostava, deu um jeito de "fazer o gato escapar" e depois passou de bonzinho fazendo os cartazes. Daí colocou o telefone dele mesmo no cartaz porque se alguém ligasse, ele mesmo atenderia e daria uns perdidos. E ainda continuaria pagando de bonzinho.

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    1. Oi Mari! Pois é, eu pensei a mesma coisa... mas fico com dó do dono/a. Estou fazendo o meu melhor, mas nunca chega aos pés de ter um lar né?

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  2. tentei enviar esse comentário pelo ipad e não foi, não sei o motivo. mas aqui vai: tbm sou uma dog person, mas o fato é que a gente sente dó de todos os animais. até cavalo. aliás, principalmente cavalos. e parece q vc já se apegou a ele. esse deu sorte na vida rs.
    xx

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    1. Oi Paula! Faço o que posso, mas nunca vou ser a dona né? Agora mesmo está muito frio lá fora e eu fico imaginando onde que está :(

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