Assunto mórbido?

Minha mãe e meu marido odeiam quando eu começo a falar de "coisas mórbidas".
Entenda-se "falar de coisas mórbidas" o simples fato de discutir sobre o que eu gostaria que acontecesse depois que eu morrer.
A verdade é que a gente evita muito falar sobre a morte, testamento, doenças graves porque muita gente acha que falar sobre o assunto atrai coisa ruim, ou então como diz um amigo: "Quando eu morrer os vivos que se virem".
O assunto é muito delicado eu sei, mas a gente precisa ter consciência que a morte é parte da vida e que se a gente tomar algumas providências enquanto temos capacidade mental e estamos vivos, podemos evitar mais sofrimento para aqueles que ficaram. Não apenas mais sofrimento, mas infelizmente em alguns casos brigas e discórdias também.
Acho importante conversar, ou até mesmo deixar por escrito em testamento, os seus desejos em relação à:
- Doação de órgãos
- Cremação ou enterro
- Local de sepultamento / o que fazer com as cinzas.
- Retornar restos mortais para o Brasil ou não.
Além disso, vale a pena pensar também sobre o que fazer caso você tenha morte cerebral ou uma doença gravíssima e irreversível que te deixe num estado vegetativo. Pode parecer algo egoísta, mas vai novamente evitar mais sofrimentos para o seu ente querido que terá que tomar a decisão por você.
No caso dos EUA e de outros países da Europa e Canadá você pode fazer um "testamento em vida" que dá diretrizes de quais procedimentos médicos você quer que seja realizado em caso você não tenha capacidade de  decidir sobre a sua saúde. Algumas pessoas que sofrem com doenças graves assinam um "DNR" (Do Not Ressuscitate - Não ressuscitar) que também pode fazer parte do "testamento em vida" caso você não queria que não haja intervenção médica se você tiver parada cardíaca ou respiratória.
São decisões difíceis e até podem ser consideradas "mórbidas" mas que de certa forma protegem as pessoas que você ama e que ficam para trás.
Confesso que tenho minhas opiniões e preferências sobre o assunto, mas ainda não formalizei os meus desejos porque o meu marido sempre muda de assunto e nunca corri atrás.
A gente sempre acha que tem muito tempo para decidir essas coisas e só quando acontece o óbito de alguém perto da gente é que começamos a pensar nestas questões novamente.

4 comments:

  1. Eu acho importante pensar nesse assunto nada bom de se falar, acho que poupa muito sofrimento para quem fica e precisa lidar com a burocracia dos que foram. Nao e facil conversar sobre isso, mas acho bastante valido pois um dia todos vamos passar por isso.
    Bjs

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    1. também acho importante conversar sobre o assunto e já deixei claro para o meu marido os meus desejos... apesar que como um amigo diz: "Depois que eu for, eles que se virem com o pepino!"!

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  2. Eu não acho nenhum pouco mórbido, eu acho que é cuidar para o momento que a gente sabe que vai chegar. Acho super importante e um cuidado de quem vai para quem fica. Marido e eu somos bem racionais neste ponto, temos nosso testamento com tudo certinho, inclusive quem fica com a guarda do Pandinha no caso de nós dois morrermos. Também montamos um arquivo como todos os nossos documentos, contas bancárias, cartões de créditos, mídias sociais... Enfim, tudo em apenas um lugar para quem ficar para trás, não ter que ficar procurando as informações em um momento que o emocional vai estar tão abalado! Bjs

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    1. Aline, parabéns pela preparação!! Pra mim isso é sinônimo de cuidado e muito amor! Depois vou te mandar umas perguntas sobre o assunto! Obrigada por compartilhar a sua experiência!

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