Então é Novembro, mas vamos falar de Outubro

Um mês passou desde que escrevi o último post.
Outubro foi um mês que passou voando, pra ser sincera nem vi passar.
Fui ao Brasil de férias por 2 semanas, apesar de ter corrido de um lado para outro em São Paulo, parece que não fiz absolutamente nada durante o tempo que passei por lá.
A coisa boa desta viagem é que tive a oportunidade de finalmente ir para Curitiba. A cidade que se sempre tive vontade de conhecer e morar se tivesse ficado no país. Deve ter sido culpa das cenas com o jardim botânico nas novelas ou as crianças cantando músicas de Natal no comercial do Banco Bamerindus (olha eu mostrando a idade...).
Aproveitei que minha grande amiga se mudou pra lá e eu e a minha mãe fomos visitá-la. Foi tão bom revê-la depois de tantos anos, conversar até ficar praticamente bêbada de sono e ela me mostrar a cidade linda que ela tanto ama. Conheci vários parques e pude ver com os meus olhos os cenários das histórias que ela sempre me contava. Se não fosse o calor de Rio de Janeiro na cidade, teria sido um passeio perfeito pra mim. Com certeza voltarei lá para fazermos a viagem que tanto planejamos com o trem que passa no precipício e ir de um jeito ou de outro até Foz. Engraçado como saí de lá com mais saudades do que quando cheguei.
São Paulo aquela correria de sempre! Eu tinha uma missão enquanto estava por lá que era tomar a vacina contra a febre amarela. Na dúvida se eu precisava ou não para viajar para a Índia, resolvi correr atrás e o único lugar onde eu poderia ir sem marcar hora para tomar a vacina e pegar o certificado internacional de graça foi no Hospital das Clínicas. O problema de ir em qualquer lugar em São Paulo é sempre a demora para chegar até o local. Confesso que ficava desanimada quando pensava nas intermináveis bandeações entre metrô+trem+ônibus com mais 2 milhões de pessoas para poder fugir um pouco das 5 milhões de pessoas que resolveram dirigir na cidade.
Às vezes eu ficava me perguntando como é que eu aguentava essa rotina de segunda a sexta das 7 da manhã até as 11 da noite. E a resposta é muito simples: fazia porque era o que tinha que fazer. A gente é obrigado a se adaptar para poder viver naquela selva de pedra.
Outra coisa que parece que piora cada vez que eu vou até a cidade é a tensão e medo de alguma coisa acontecer constantemente. E olha que eu nem assisto aqueles programas de televisão que só falam e mostram desgraça. Não consigo caminhar em paz nas ruas, estou sempre olhando para os lados. Só sossego quando entro dentro da casa da minha mãe. Pra piorar a situação, agora uns maloqueiros na rua onde ela mora decidiram se juntar todas as noites bem no portão da garagem pra "fumar uma". E não adianta reclamar com eles, pedir para sairem. Chamar a polícia não deu em nada e quem mora por lá sabe bem que infelizmente às vezes é melhor fazer vistas grossas e ser camarada do que tentar exercer o seu direito de cidadão. Mas isso me deixa com mais medo ainda de sair pelas ruas que antigamente quando eu ainda sentia que estava na minha quebrada. Não conheço mais ninguém e ninguém me conhece e por isso acho que não tenho mais "a imunidade de ser alguém da área" e andar pelas ruas sem medo.
E é aquela correria de sempre, meus amigos lidando com as responsabilidades de vida de adultos com filhos, emprego, e cônjuges. Poucos foram aqueles que abriram espaço para que eu pudesse encontrá-los. Antigamente eu ficaria magoada, chateada, mas desta vez disse que estava tudo bem e deixei pra lá. Coisa frágil esse negócio de amizade à distância. Mesmo que haja tanta tecnologia para se falar de graça o dia inteiro se quiser. Se amizade é uma planta que precisa ser cuidada para sobreviver, muitas das minhas amizades vão morrer pelo simples fato de que esqueceram de colocar água. Estou aprendendo a aceitar aos poucos isso e ser grata pelas pessoas que abriram seus corações e agendas para me receber e bater um papo comigo.
Depois de 2 semanas, nenhuma comidinha da mamãe e frutas deliciosas da feira tem o poder de te convencer a ficar. A minha vida e o meu coração não está mais em São Paulo, estava na Califórnia a minha espera. É sempre difícil dizer adeus para a família, ainda mais quando vejo que meus pais estão envelhecendo e ficando com problemas de saúde.
A viagem até Houston foi boa, só que a tempestade que começou a cair quando o dia começou a clarear me deu o pressentimento de que seria um longo dia... Tinha uma conexão para San Jose as 9:10 da manhã que acabou decolando apenas 3:00 da tarde. A cada 15 minutos eles mudavam a estimativa e eu tive que ficar perto do portão do embarque, cansada e sem ter muito o que fazer esperando por uma confirmação de partida. Os comissários de bordo tentarm amenizar o problema sendo extra amigável conosco - o que acabou me rendendo uma caixa de lanche de graça e algumas milhas como compensação. A recompensa maior foi voar por cima do Grand Canyon e admirar tanta beleza com um ponto de vista privilegiado.
O resto de outubro seguiu com preparações para a viagem de final do ano e para a cirurgia de dente da qual estou me recuperando agora, mas essa história fica para uma outra hora, já que eu tenho que ir deitar e assistir muitos filmes e tomar bastante sorvete. Ordens médicas.

Preparando para decolagem em Congonhas - sempre aperto no coração decolar e aterrissar neste aeroporto

São Paulo do alto

Finalmente conheci o famoso Jardim Botânico de Curitiba

Anoitecer lindo no Capão Redondo

A caminho de casa voando sobre o Grand Canyon