O que seria de mim sem inglês?

Estou dando uma pausa numa redação que preciso entregar amanhã na faculdade para tirar a poeira do blog. Na verdade o tema da redação, comparar a língua portuguesa com a língua inglesa com suas similaridades e diferenças, trouxe uma pergunta que de vez em quando eu me pego imaginando...
O que seria da minha vida agora, se eu não tivesse aprendido inglês?
Eu estudei durante 5 anos na Wizard em São Paulo e ao contrário do que eu já ouvi por aí, posso dizer com orgulho que foi lá que aprendi o idioma. Tive ótimos professores, e aprendi muita gramática, vocabulário e pratiquei muita conversação. Quando cheguei aos EUA, claro que tive um enorme aprimoramento, principalmente na parte oral e também de compreensão.
E olha que não foi fácil, eu tinha que estudar sábado de manhã e sabádo de tarde em alguns períodos, "arruinando"o meu final de semana.
Nem preciso dizer que o esforço valeu a pena, certo? Mas quando eu imagino o que teria acontecido, ou melhor, o que não teria acontecido na minha vida se eu não tivesse começado a estudar inglês, eu fico assustada! Até mesmo a minha vida no Brasil seria diferente... vou listar as principais só para vocês terem uma idéia:
1 - Não teria encontrado o melhor emprego da minha vida no Brasil, porque foi uma colega de curso de inglês que trabalhava no RH disse que estavam precisando de estagiários na minha área.
2 - Não teria conhecido a minha melhor amiga, pois nós trabalhamos juntas no suporte técnico da empresa, eu em São Paulo e ela em Sorocaba. E quanta barra nós passamos juntas nesta vida, nos apoiando, encorajando!
3 - Não poderia vir fazer intercâmbio nos EUA, já que era exigido inglês intermediário para participar do mesmo. (Agora as coisas ficam mais interessantes...)
4 - Se não tivesse vindo aos Estados Unidos....
  • Não teria conhecido lugares que só imaginei nos meus sonhos: Hawaii, Grand Canyon, Califórnia, New York
  • Não teria conhecido pessoas dos mais diversos lugares do mundo e aprendido um pouco da cultura deles
  • Não teria a oportunidade de experimentar comidas de diferentes países e me apaixonar por novos sabores
  • Não teria me tornado uma pessoa melhor, mais tolerante, mais paciente, que respeita diferenças e mantém firme valores e convicções, mas também aprendeu a olhar o mundo e as pessoas de uma forma diferente
  • E o principal de todos: não teria conhecido e nem poderia me comunicar com o amor da minha vida, meu marido.
Escrevendo esta redação, pude perceber que a nossa vida não muda de rumo apenas porque aprendemos um novo idioma, mas que todas as nossas ações trazem consequencias e também benefícios e malefícios para nós. Alguém pode me dizer que eu poderia ter feito outras coisas melhores dos que eu fiz agora, e que nem por isto eu deixaria de ter uma vida feliz. Ou então que estava no meu destino e de uma forma ou de outra eu teria feito tudo isto. Não sei.
Só sei que sou grata a Deus pela oportunidade que tive de uma simples escolha, aprender inglês, trouxe tantas coisas boas para a minha vida e para as pessoas ao redor de mim.
Agora é fácil olhar os bons frutos que a decisão de aprender um idioma trouxe pra mim, muito mais do que vida profissional, mas para crescimento pessoal, mas quando eu passava horas naquela salinha de aula aprendendo a delíciosa (not) gramática inglesa, eu não teria idéia do quanto isto impactaria a minha vida.
E vocês, como o inglês ou outra decisão impactou de forma marcante a sua vida?

Você é brasileira, NÉ?????

Durante o tempo que moro nos EUA, já encontrei muitas pessoas que me disseram esta frase. Algumas pessoas com alegria, surpresa e outras quase de uma forma acusatória. Deixe-me explicar...
Todo mundo sabe que quando aprendemos inglês, temos dificuldades com a pronúncia de certas palavras porque simplesmente não temos alguns sons no nosso idioma, como o famoso TH que tortura a todos nós. Há também o jeito que pronunciamos as palavras, não sei se vocês já repararam, mas geralmente acrescentamos um I no final das palavras como "Goodi morning, I ami finei"... etc, etc. Estes vícios acabam indo embora com o tempo quando vivemos no exterior e ouvimos como as palavras são pronunciadas e corrigimos estes pequenos erros aos poucos.
Só que inglês não é a nossa língua mãe, e mesmo que você tenha a melhor pronuncia do mundo, vai chegar um dado momento, que o sotaque vai "te denunciar".
Pessoalmente (quero enfatizar isto), não me incomodo com o sotaque, mesmo suave que ainda carrego comigo. O meu marido adora o jeito que só eu pronuncio algumas palavras, e acho delicioso conversar com pessoas de diferentes partes do mundo em inglês, ouvindo no som das palavras um pouco de suas origens.
O meu objetivo sempre foi aprender inglês, não falar como um americano como muitas pessoas desejam. Na opinião destas pessoas, falar fluente é falar como um americano. Se esta é a sua opinião, quero fazer uma pequena reflexão: Então os indianos, australianos e escoceses, por exemplo, nunca irão falar inglês fluente? (mesmo tendo o inglês como lígua mãe, eles nunca irão falar com sotaque americano). E o canadense então? Ok, posso estar sendo radical, vamos voltar aos americanos. Se você quer buscar fluência e falar como um americano, então me responde com qual sotaque você quer ser tornar fluente: o do nova-iorquino, o do californiano, o do texano ou do sulista? Porque assim como no Brasil nós temos sotaques diferentes, aqui também há uma variedade deles...
Sempre digo para aqueles que estão começando a aprender inglês para não se preocupar com o sotaque porque com o tempo ele vai embora, e isto não é o que vai dizer que você é fluente ou não no idioma. Lembrem-se, não estou falando de pronunciar coisas erradas.
Muitas vezes durante uma conversa, alguém me pergunta de onde sou, pois claro não tenho o sotaque de uma americana. Já me perguntaram até se eu era da França algumas vezes, mas numa região onde moram muitos brasileiros, a pessoa pergunta se eu sou do Brasil mesmo. E não tenho o menor problema em responder de forma afirmativa. Afinal, não escondo de ninguém o fato de que sou brasileira e vou morrer brasileira, afinal foi a terra em que eu nasci e nada, nem cidadania num outro país muda isto.
Agora o que me mata de raiva as vezes é a atitude de certos brasileiros que quando conversam com você em inglês (achando que eu não percebi o sotaque dele) diz:"Você é brasileira, NÉ?? Logo percebi pelo sotaque!!!!". A frase soa mais como um "you are busted!" (te peguei!!!), como se eu estivesse carregando um segredo imenso e a pessoa desvendou o grande mistério da minha origem. Não escondo e nunca escondi o fato de ser brasileira. E aí vem a segunda parte do jogo de advinhação que eu nem sabia que estava participando: "você é paulistana né? Percebi pelo sotaque...".
Sotaque, que sotaque? Paulistanos não tem sotaque! hehee (Brincadeira gente! ô se temos!!).
Não fico com joguinho de advinhação: "De que parte do Brasil você é?" com uma pessoa que nem conheço. Se estamos numa conversa, lógico que sempre rola esta pergunta, mas não pra um estranho que "descobre"a minha origem e começa a fazer piadinhas preconceituosas e de mau gosto sobre paulistanos.
Não importa o lugar de onde você veio, o sotaque, como já disse anteriormente, carrega um pouco da sua origem e não devemos nos envergonhar disto. Podemos e devemos aperfeiçoar sempre a pronuncia, escrita, leitura de um idioma e cada um tem um objetivo diferente. Devemos manter em mente que o mais importante na comunicação é ser capaz de expressar suas idéias de forma clara para que a pessoa que está te ouvindo, entenda a sua mensagem. Isto sim é ser fluente!
E vocês o que acham do assunto??

Eu não falo mecanicanez, moço!

Segunda-feira após o primeiro dia de aula da faculdade, pego o meu carro no estacionamento da faculdade e dirijo pra casa.
Como a nossa garagem quase cabe o carro certinho, eu manobro o carro e entro de ré.
Então como todos os dias eu manobro o carro e quando tento engatar a ré, a marcha não entra de jeito nenhum. Faço força, coloco o pé no freio e nada. E nem entra na marcha Parking, que é o que chamamos no Brasil de ponto morto.
E agora? Estou atravessada no meio da nossa rua e não tenho ré e nem posso estacionar. Nada de pânico, desta vez. Simplesmente viro o volante e volto para a avenida, como estava vazia, dei meia volta e entrei novamente na nossa rua, desta vez estaciono na vaga do carro do meu marido, ao lado da nossa casa. Tento novamente colocar a marcha em parking e nada. Então deixo no ponto neutro e desligo o carro. Anta! Sem puxar o freio de mão, o carro desce e bate na guia, mas sem maiores problemas.
O problema agora é que eu não consigo tirar a chave da ignição do carro, porque claro, só é possível quando você coloca a marcha Parking. Tento ligar para o marido duzentas milhões de vezes e ele não atende, porque está em uma reunião. Great!
Então tiro a chave do meu chaveiro e entro em casa, ligo novamente pra ele e finalmente ele atende e consigo explicar a situação. Ele está num cliente e não pode vir pra casa. Logo penso em ligar para a Assistência que vem com o carro.
Após ligar pra lá e tentar explicar o problema, a moça diz que vai enviar um guincho em 45 minutos. Pergunto pra ela se vai dar tempo de levar na concessionária, pois está perto do horário de fechamento, ela diz que dá.
O cara do guicho chega até mesmo antes do combinado e é muito simpático. Antes de guinchar, ele pergunta o que está acontecendo e eu explico novamente. Pela terceira vez. Ele diz que é muito estranho por se tratar de um carro novo, mas vai dar uma olhada. Tenta colocar as marchas e nada. Aí de repente eu vejo ele dando ré no meu carro e já fico pensando que vou passar por uma idiota fracote que não consegue engatar marcha.
Aí o cara me mostra a gambiarra que ele fez e diz que é algum problema no freio, ele não precisa me guinchar, mas vai me acompanhar até a concessionária, por precaução que fica apenas 5 minutos de casa.
Lá chegando agradeço, dou uma gorjeta e vou explicar pela quarta vez o problema com o carro. Engraçado que quando fico nervosa o meu sotaque fica mil vezes mais evidente e o cara da concessionária logo pergunta se eu sou brasileira. Sim eu sou. Deve ser brasileiro ou conhecer brasileiros, mas não, ele é filho de portuguesa.
Começa a fazer um monte de perguntas e começa a falar em linguagem de mecânico comigo, em inglês e rapido porque como eu havia previsto, está quase na hora de fechar. Eu peço pra ele falar mais devagar e explico que nao falo mecanicanez, que ele tem que falar com o meu marido, nem que seja ao telefone. Ele vê que é hora de fazer o serviço de manutenção no carro e vem me explicar preços e coisas a serem feitas.
-Moço, eu não falo mecanicanez, conversa com o meu marido por favor.
Ele sorri e liga pra ele, que já está a caminho.
Então quando ele chega os dois  fala mecanicanez, discute preços, as necessidades do carro e assinam os papéis. O baby vai ter que ficar para conserto.
Ontem meu marido pegou o carro na concessionária e só não entramos em problemas de locomoção porque o defeito estava na garantia e a Hyunday oferece aluguel de carro por um dia. Ele ficou com o carro alugado e eu dirigi a banheira, quero dizer, o carro dele para a escola e o trabalho.
Baby voltou pra casa ontem, limpinho e com o defeito consertado. Foi alguma coisa com a ligação do freio e as marchas. Não me perguntem o que foi. Só sei que foi algo com os freios.
E durante todo este tempo eu não fiquei brava, nervosa, só muito, muito agradecida que quando o problema foi detectado, eu estava em casa, tentando estacionar o carro.
Deus é realmente muito bom, e esta foi mais uma prova que ele tem cuidado de nós.

Um pouco sobre o clima da Califórnia...

Estava lendo o post que a Aline do blog  Noiva e Expatriada escreveu sobre San Francisco e lembrei de quantas vezes encontrei pessoas reclamando e até mesmo amaldiçoando o clima daqui.
Na cabeça de muitas pessoas, inclusive na minha quando mudei-me pra cá, Califórnia é sinônimo de calor, Sol e praia o ano inteiro. Bastou apenas alguns dias por aqui e me deparei com neve. Sim NEVE!
Não na região da Baía de San Francisco, mas ao norte do estado a região é bem montanhosa e neva bastante.  Um lugar bem badalado no inverno e que ainda não tive a oportunidade de conhecer é Lake Tahoe, com um imenso lago azul e muitas estações de ski.
São Francisco é um lugar à parte. Na maior parte do ano a temperatura gira em torno de 15 graus, mas dependendo do bairro (principalmente os próximos ao Oceano Pacífico) a temperatura é mais baixa e tem sempre a famosa neblina. Verão em San Francisco é sinônimo de frio e muita neblina, para decepção de muitos turistas. Os dias mais quentes e ensolarados geralmente acontecem nos meses de setembro e outubro.
Não é preciso ir muito longe para ver uma mudança drástica de temperatura. 10km ao Sul ou Norte de San Francisco a temperatura muda consideravelmente. Moro há 70km da cidade e a diferença no verão chega a ser de 20 graus Celsius daqui pra San Francisco!
Lugar quente mesmo é mais ao Sul do estado na região de Los Angeles, San Diego... aí sim, é a Califórnia que nós conhecemos com muito Sol e calor.
Porém, vale lembrar que inverno é inverno e as temperaturas costumam baixar bastante, principalmente à noite, onde chega-se há 0 graus ou abaixo de zero algumas vezes, mas se formos comparar o clima daqui com o resto dos EUA, realmente não temos o que reclamar, pois mesmo com o frio ainda há muito Sol, o que deixa os dias com um céu azul maravilhoso!
Por isto que faça calor ou não, Califórnia é sinônimo de praia! :-)

I am back

Meu marido disse que ficou decepcionado com o cancelamento do blog, entao voltei....
Estava insatisfeita com o caminho que o blog estava tomando.
Enfim... Ano novo, blog novo, agora pra ficar de vez. Infelizmente is posts anteriores nao podem ser recuperados, assim que voltar para a califa escrevo um post decente.
Feliz 2012 para todos.

Eliana