Toda vez que avisto do avião os primeros prédios de São Paulo o meu coração bate mais forte.
E eu sempre lembro da música Sampa do Caetano. A minha relação de amor e odio pela cidade é uma coisa inexplicável ás vezes.
Caminho por ruas tão familiares, mas tudo parece muito estranho ao mesmo tempo. E começo a reparar em detalhes que passavam desapercebidos antigamente. As ruas parecem mais estreitas, as ladeiras mais íngrimes. As pessoas estão menos simpáticas também...
A cidade me recebeu com uma recepção digna paulistana: céu nublado, garoa. Apesar de todos estarem reclamando muito, gostei do friozinho e até mesmo da chuva que caiu alguns dias por aqui.
A minha família está levando, mas é estranho porque ninguém toca no nome da minha vó é como se nada tivesse acontecido, mas respeito a posição deles. Quando alguém fala algo, escuto e assim aos poucos vou sabendo informações do que aconteceu e de como a família está reagindo.
Sinto-me completamente perdida às vezes, apesar dos lugares serem praticamente os mesmos, as paradas e linhas de ônibus mudaram e acho engraçado a minha mãe insistir em levar alguém caso me perca. Como se eu, que estou na minha cidade natal, falando a minha língua nativa, não conseguisse achar o meu caminho de volta pra casa.
Apesar da velocidade reduzida nas marginais, a cidade continua crescendo, se movimentando e parece que vai te engolir e sufocar a todo momento. Demorou alguns dias para me acostumar com o ritmo daqui e não ficar o tempo inteiro olhando ao meu redor, com medo de toda moto que se aproximava ou de uma pessoa mais mal encarada passando por mim. Coisa de gato escaldado sabe?
Tenho aproveitado para encontrar alguns amigos e comer muita comida gostosa. Mas o tempo ocioso e a distância do meu marido me faz ficar com muita saudade de casa.
Ainda estou processando muitas emoções, informações e observações. Volto quando conseguir diregir tudo isso.
Complicado, essa coisa de "cidade natal" que ficou estranha, de não se "encontrar" mais lá... Sei como é!
ReplyDeleteUm abraço para você. Aproveite bastante!
Oi Mari! Pois é... apesar de ter nascido e crescido em São Paulo, eu nunca me senti parte da cidade... por isso que sempre tive vontade de ir conhecer outros lugares... Imagino o quanto deve ser difícil uma readaptação aqui.
DeleteForca Eliana. Nessas horas a gente nao tem nem palavras. O bom eh que voce esta do lado da sua familia neste momento tao dificil!!!
ReplyDeleteBeijos
Fer
Muito obrigada pelas palavras carinhosas Fernanda!!
DeleteE você como está? Sua filha deve estar enorme!
Oi Eliana, recebi seu cartão postal e foi uma experiência bacana, me lembrei de uma época em que isso era frequente, a surpresa de saber onde os amigos estavam, a vontade de retribuir a atenção assim que possível, enfim, um tempo onde tudo era mais lento e marcante.
ReplyDeleteSó não retribuo a linda foto da Golden Gate porque o equivalente aqui na minha cidade seria um viaduto que nem homeless frequenta mais...
Valeu, um abração!
Oi Marcio! Fico feliz em saber que você recebeu o cartão e gostou! Eu também gosto muito de enviar e receber cartões, não tem coisa melhor do que ir até a caixa do correio e ver que alguém lembrou, parou e escreveu pra você! Retorno pra casa nos próximos dias!
DeleteAh, em tempo, ainda está em SP ?
ReplyDeleteRetorno pra casa nos próximos dias
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