Cada vez que vou ao Brasil de férias sinto que a São Paulo que tenho no meu coração não é a mesma que os meus pés pisam e os meus olhos vêem.
As desigualdades parecem estar infinitamente maiores, a tristeza e o cansaço nos olhos das pessoas também.
Sempre com o passo apressado, mas distraído com um celular, o paulistano marcha sem parar e sem prestar atenção no que e em quem está ao redor.
Senti-me andar em marcha lenta, desconectada com aquela realidade frenética ao meu redor.
Passando pelos antigos lugares que antes eram parte do meu cotidiano, lembrei-me de histórias e de pessoas que já não fazem mais parte da minha vida.
São Paulo sempre foi sinônimo de luta, correria, medo e sonhos.
Ah os sonhos alimentam os passos dos paulistanos todos os dias
Seus fones de ouvido e pequenas telas os transportam para um outro lugar e os fazem esquecer da realidade dos ônibus cheios, do trânisto caótico e das contas para pagar.
Eles esquecem até mesmo do cheio insuportável do companheiro de viagem, o Pinheiros.
Quando estou sentada no ônibus olho pela janela e lembro-me da paulistana que eu era
Dos sonhos que alimentava e que me movia sempre para frente
Sem levar em conta a solidão, a depressão, os desamores, o bolso vazio
A esperança de encontrar um lugar melhor, um lugar onde poderia ser eu mesma.
O retorno a São Paulo me faz lembrar de uma pessoa que não existe mais,
Mas que é aquela que as pessoas enxergam quando me vêem e falam comigo.
As lágrimas e o sorriso se misturam ao aterrissar e ao decolar.
Porque o avião me transporta para dois mundo diferentes, dois mundos que são meus
Dois mundos que fazem parte de mim e dos quais não pertenço 100%.
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