It gets worse...

 


 

 Tem alguém aí?

Talvez faria esta pergunta para saber se alguém ainda lê as palavras desta pessoa que escreve, mas esta pergunta é a que tenho feito todos os dias, em todos os momentos, em todos os lugares.

Sinto-me invisível, imóvel... num mundo onde tudo acontece tão rápido e ao mesmo tempo, sinto que ninguém enxerga a minha dor, o meu sofrimento, o quanto tenho dificuldade de funcionar, de fazer coisas "normais", de levar a vida e enxergar a vida. Ninguém me vê, de verdade.

Não preciso de palavras de conforto, porque nada vai me confortar. Não preciso que alguém me ajude a enxergar as coisas boas da vida, o que ainda tenho... gostaria apenas que alguém se sentasse junto a mim, em silêncio e fosse testemunha da minha tristeza, das minhas lágrimas. Talvez se alguém me desse abertura eu iria recontar histórias engraçadas, lembranças da minha infância, esperança de dias melhores, refletir sobre os últimos fatos ou contar pela milésima vez onde estava e o que senti quando recebi a notícia que mudou o meu mundo pra sempre.

A questão é que agora, por definição, sou uma órfã. Uma órfã adulta, mas órfã. Eu não tinha idéia o quanto essa palavra pesava até eu me tornar uma, com o falecimento do meu pai no final de março.

De repente cai a ficha que de as duas pessoas que te trouxeram a este mundo não estão mais aqui. Você não pode ligar, tocar, visitar. Uma parte, uma grande parte da minha história se foi pra sempre. As duas pessoas que imperfeitamente te amavam incondicionalmente se foram. É impossível escrever estas palavras e não derramar lágrimas, sentir fisicamente o buraco dentro de mim aumentar um pouco mais.

Sei que não ficarei neste lugar pra sempre, mas agora é onde estou. É onde ninguém quer estar. Por isso eu pergunto: tem alguém aí?


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